Nada contra a ave que é muito bela, mas quanto aos filiados ao que eles acreditam ser um partido chamado PSDB (na verdade trata-se de um empresa especial
Retirado do Blog do Azenha dois textos sobre a CPI da Petrobras...
Mais um passo na privatização do Congresso
(http://www.viomundo.com.br/opiniao/mais-um-passo-na-privatizacao-do-congresso/)
Atualizado em 16 de maio de 2009 às 12:38 | Publicado em 16 de maio de 2009 às 12:09
por Luiz Carlos Azenha
É inacreditável a irresponsabilidade daqueles que receberam de forma legítima, do povo, uma cadeira no Senado Federal. É inacreditável que coloquem seus interesses políticos de curto prazo adiante dos interesses da população e do Brasil.
A Petrobras pode ser investigada? Pode e deve. Não importa que seja uma empresa estratégica, nem que carregue consigo a simbologia do país. A Petrobras pode e deve ser cobrada, sempre, especialmente quando coloca em risco o meio ambiente, quando colabora com a precarização das relações de trabalho -- através da terceirização -- ou quando coloca interesses particulares de seus acionistas adiante dos interesses do Brasil.
Não queremos uma estatal fazendo o papel que a petroleira da Venezuela teve naquele país, de um verdadeiro governo paralelo, que colocava interesses comerciais e estratégicos dos Estados Unidos acima dos interesses nacionais. Ou vocês acham que não foi a intervenção de Chávez na PDVSA o estopim para o golpe contra o presidente da Venezuela?
O problema, portanto, não é se a Petrobras deve ou não ser investigada. É como fazê-lo. Já existem todas as instâncias necessárias à investigação da Petrobras, tanto da parte do governo, quanto da oposição, quanto da sociedade. A empresa pode ser investigada pelo Ministério Público, pelo Tribunal de Contas, pela Polícia Federal e nas diversas comissões do Parlamento. Não há dúvida: a Petrobras deve satisfações ao Congresso, pode e deve ser denunciada na tribuna e precisa responder a todos os questionamentos que recebe.
O que não dá para entender, sinceramente, é que se pretenda promover um circo no Congresso às custas da Petrobras, especialmente num momento de crise econômica internacional em que suposições, ilações e acusações infundadas podem afetar a empresa. Que diretor da Petrobras terá coragem de tomar uma decisão estratégica sob o risco de depois ser arrastado e torturado pelo Arthur Virgílio sob as luzes da CPI? Qual será a reação dos parceiros estrangeiros da Petrobras diante dos escândalos artificialmente produzidos no Congresso? Quanto os acionistas da empresa perderão em dinheiro? Que projetos serão adiados ou comprometidos pela inquisição pré-eleitoral?
Em tese, uma CPI não deveria assustar ninguém. Mas não falamos em tese. Falamos no Brasil. E falamos a partir de exemplos concretos: qual foi a utilidade das CPIs recentes, além de gerar uma enxurrada de manchetes, 95% das quais baseadas em fofocas, meias-verdades, distorções e mentiras? Tomemos como exemplo a CPI das Escutas Telefônicas Clandestinas. Qual foi a serventia, além de torrar dinheiro público com a defesa dos interesses do banqueiro Daniel Dantas?
A CPI dos Amigos de Dantas foi o caso mais concreto e escabroso, até agora, da privatização do Congresso brasileiro. Quem vai ganhar com a CPI da Petrobras? O Brasil? O eleitor? O acionista da empresa? O projeto de exploração do pré-sal?
Ou é aquela mesma turma que pretendia transferir a base de lançamentos de Alcântara para os Estados Unidos, que vendeu a Vale a preço de banana, que planejava vender Furnas, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal?
A CPI da Petrobras é mais um passo na privatização do Congresso brasileiro, desta vez em nome de interesses externos conjugados com os de pilantras brasileiros de sempre. Pilantras, diga-se, com mandato popular.
PS: Está sendo lançada nos bastidores da internet uma articulação que tem como objetivo dar uma resposta unificada da blogosfera independente a este absurdo.
CPI da Petrobras: O objetivo é produzir manchetes para o Ali Kamel
Atualizado em 16 de maio de 2009 às 04:16 | Publicado em 16 de maio de 2009 às 04:04
por Luiz Carlos Azenha
Quando eu era repórter da Globo, entre 2005 e 2006, durante meses o Jornal Nacional dedicava de três a dez minutos diários à cobertura de três CPIs: a do Mensalão, a dos Correios e a do Fim do Mundo.
As reportagens registravam acusações, ilações e suposições geradas diariamente nos corredores do Congresso, a grande maioria delas desprovada mais tarde. Não importa. O objetivo óbvio era produzir fumaça e as manchetes que faziam Ali Kamel delirar. O capo da Globo ficou tão excitado que despachou para Brasília uma assistente pessoal, cuja tarefa diária era percorrer os bastidores do Congresso para passar e receber informações, além de monitorar os colegas de emissora.
Uma CPI como a da Petrobras fornece o argumento essencial para Kamel e seus asseclas: estamos apenas "cobrindo os fatos", argumentam. Já escrevi aqui ene vezes sobre 2006: capas da Veja alimentavam o Jornal Nacional, que promovia a devida "repercussão", gerando decisões políticas que alimentavam outras capas da Veja, que apareciam no JN de sábado e geravam indignação em gente da estirpe de ACM, Heráclito Fortes e Arthur Virgílio.
Só essa "indignação seletiva" é capaz de explicar porque teremos uma CPI da Petrobras mas nunca tivemos uma CPI da Vale ou das privatizações.
Porém, os farsantes de hoje correm alguns riscos:
1. Especialmente depois da CPI das Escutas Telefônicas Clandestinas, em que o Parlamento brasileiro foi privatizado para defender um banqueiro, o próprio instituto das CPIs está desmoralizado.
2. À CPI da Petrobras faltam detalhes picantes. Já imaginaram qual será o grande momento da investigação? O depoimento de um contador? De um fiscal da Receita? A essa altura o Ali Kamel deve estar pendurado ao telefone com o Demóstenes Torres exigindo algum cadáver, alguma secretária traída, qualquer coisa que tenha apelo. Para não afundar ainda mais a audiência do JN.
3. O brasileiro se identifica com a Petrobras. Os inquisidores da empresa correm o risco de serem tachados de entreguistas, de prejudicarem a empresa e, portanto, a imagem do Brasil no Exterior. É óbvio que o PSDB pretende usar a CPI para fazer barganha política nos bastidores, especialmente agora que estão em discussão as regras para a exploração do pré-sal. Em relação a 2010, não há nada mais poderoso do que acusar os tucanos de buscarem a privatização da Petrobras. No segundo turno de 2006, lembram-se? Lula, acusado de desperdício por ter comprado um avião presidencial novo, passou a dizer que Alckmin pretendia privatizar "até o avião da Presidência".
Isso forçou Alckmin àquele momento patético:
Vamos ver, agora, se a Petrobras continuará despejando dinheiro público nos intervalos do Jornal Nacional ou nas páginas de jornais e revistas cujo objetivo é servir ao projeto tucano de privatizá-la. Feito o filho do FHC com a jornalista da Globo, produzir a "Petrobrax" é algo que os tucanos nunca assumem.
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