Toda a oposição ao atual governo, inclusive a chamada oposição de esquerda, ataca um dos principais programas do governo: o bolsa-família.
Pois eu digo sem medo de parecer governista que o bolsa família é um exelente programa, óbvio que pode ser melhorado, mas para quem não tinha nada ter alguma coisa é um ganho fenomenal e alguns setores da esquerda não conseguem perceber isto e talvez esteja aí a razão de suas críticas muitas vezes serem incompletas.
É um programa paliativo? É, mas quem tem fome tem pressa, já dizia o velho Betinho. Mas mesmo este programa paliativo já incluiu uma cacetada de gente que antes não tinha oportunidades de acesso a alguns bens básicos e hoje os alcança.
A solução de maior folêgo e estruturante para a sociedade brasileira necessita de uma política ativa de geração de emprego que, inclusive, libertará, no médio prazo, muitos destes cidadãos do bolsa-família. Passa ainda por uma política educacional incisiva para que os filhos dos beneficiários do bolsa-família sejam suficientemente qualificados para não necessitarem deste tipo programa governamental.
E por que isso não ocorre? Por causa do Bolsa Banqueiro!
Explico-me: a questão é, ficamos tão neuróticos com combate a inflação que esta se tornou a única questão econômica relevante na agenda pública nos últimos. Uma busca fundamentada numa teoria econômica que preza, acima de tudo o equilíbrio, logo se os preços aumentam, pouco que seja o equilíbrio se esvai, e toma-lhe política monetária e fiscal contracionista. Esquecem-se que um economistazinho inglês do século passado, um tal de Keynes, lembrou que esse equilíbrio pode ocorrer concomitantemente a altas taxas de desemprego, aí a vaca vai pro brejo.
Êpa, mas peraí!
O que isso tem a ver com Bolsa Banqueiro? Simples, o governo tem um dívida (que deveria ter sido auditada segundo a nossa constituição) que ele mesmo estipula os juros dela.
Se fosse você o que faria? Diminuiria esses juros, certo?
Mas o que o governo faz? Aumenta. Aí, essa dívida cresce porque os juros estão entre os mais altos do mundo, nunca tendo saído do pódio (três primeiros lugares).
Obviamente ninguém (os credores) acredita que o governo poderá pagar essa dívida porque ela não para de crescer, então para dar credibilidade a esses credores inventaram um tal de superávit primário. O governo não pode gastar mais do que arrecada pra pagar essa dívida, dizem eles que se na nossa casa é assim, no governo também tem que ser, mas essa conta não é tão simples assim(mais embaixo eu explico um pouco mais sobre isto). O fato é que esse dinheiro do superávit primário sai da escola, do hospital, das estradas e vai para o bolso dos credores que sem nenhum esforço ganham uma bolada, está configurado o "Bolsa Banqueiro", inventado por tucanos e aperfeiçoado nas estrelas.
Explicando aquela conta ali de cima que eu falei sobre o governo gastar mais do que arrecada. O problema é o seguinte, eles dizem que com o Superávit Primário o governo estaria gastando menos do que arrecada, isso é mentira! O que ocorre na verdade é uma opção de gasto, em vez de saúde e educação, reforma agrária e estradas, etc. os últimos governos optaram que o bolsa banqueiro é mais importante.
Só a título de comparação no último orçamento a Saúde somada com a Educação não ultrapassou os 80 bilhões de reais. Enquanto isso o Bolsa Banqueiro foi contemplado com mais de 300 bilhões, comparar com os 16 bi do Bolsa-Família e de outros Programas sociais, chega a ser maldade.
Enfim, o bolsa banqueiro é o maior programa de redistribuição de renda do mundo, só que esse tira dos pobres e remediados para dar para os muito ricos.
E pra não dizer que é papo furado meu, clique aqui para baixar e ler um interessante artigo do pesquisador do IPEA Ronaldo Coutinho Garcia sobre as despesas correntes da União.
A luta continua e a vitória é certa!
sexta-feira, 4 de abril de 2008
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