sábado, 12 de julho de 2008

A Famiglia promete, não demora e cumpre!

Famiglia no melhor estilo Cosa Nostra, Camorra, etc.

Ficou provado que, de acordo com a Teoria dos Jogos, o que Dantas fez foi uma ameaça crível.

Ou seja ao que tudo indica ou o presidente do Supremo Gilmar "Dantas" Mendes (a partir de agora só Gilmar "Dantas") é da Famiglia ou se sentiu ameaçado com a possibilidade de Dantas contar tudo. Ele não apenas libertou Dantas suprimindo instâncias, mas também tentou enquadrar o juiz que proferiu a decisão de prender Dantas. Isso é uma afronta ao Estado Democrático de Direito.

Nunca é demais lembrar como o fez o jornalista Raphael Prado em matéria na revista Terra Magazine que "do total de 422.373 presos em todo o País, mais de 211 mil estão em situação provisória - ainda sem condenação - e poderiam aguardar o julgamento em liberdade, como ocorrerá com Dantas." (a matéria completa está em http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI3000630-EI6578,00.html). Quem disse que a justiça é cega ou não tem classe social?

Aliás, acessem a revista Terra Magazine (http://terramagazine.terra.com.br/index.html) que está com a melhor cobertura sobre o caso. Há uma entrevista com Wálter Maierovitch defendendo o impedimento de Gilmar "Dantas", Carta Aberta de Procuradores da República e Manifesto de Juízes contra a decisão, etc.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Ele vai falar?

Segue matéria da Terra Magazine, do jornalista Bob Fernandes...

(lembrando um pouquinho de Teoria dos Jogos, será uma mera retalização? será apenas uma ameaça crível tentando desestimular futuros desdobramentos?)

Lembrando Chico Buarque:
O que será que será?

Dantas: "Vou contar tudo! Detonar!"
Reuters
Preso, o banqueiro Daniel Dantas ameaça contar tudo o que sabe sobre a corrupção no Brasil

Bob Fernandes

Os intestinos do Brasil.

Daniel Dantas está numa sala da Superintendência da Polícia Federal em São Paulo. Seu advogado, Nélio Machado, está próximo.

Diante do banqueiro, o delegado que coordenou a operação Satiagraha, o homem que o prendeu por duas vezes em 48 horas. São 8 da noite da quinta-feira, 10 de julho.

» Opine aqui sobre a prisão de Daniel Dantas

Outros dois dos presos na operação acabam de ser libertados, habeas corpus do presidente do Supremo, Gilmar Mendes, concedido ao megainvestidor Naji Nahas e ao ex-prefeito Celso Pitta.

Daniel Dantas parece exausto, rendido, mas não deixou de ser quem é. Obcecado por tudo que foca e toca, brilhante, genial, reconhecem mesmo os mais empedernidos adversários.

O tempo, pouco tempo, dirá o quanto há de cálculo, quanto há de desabafo no que começa a despejar sobre o delegado Protógenes Queiróz. Primeiro, a senha:

- Eu vou contar tudo! Vou detonar!

Antes ainda, o delegado lhe passa um calhamaço, o relatório das investigações, o fruto de anos de investigações, e diz, na longa conversa informal:

- ...sua grande ruína foi a mídia...você perdeu muito tempo com isso, leia esse capítulo sobre a mídia e entenda porque você está preso...sua defesa começa aqui, com todo o respeito que eu tenho ao seu advogado aqui presente...

Daniel lê, atentamente.

O delegado volta à carga.

- Não continue jogando seus amigos, seus aliados contra mim, isso não vai adiantar nada, como não adiantou...

Daniel, silencioso, parece concordar. O delegado prossegue:

- Se esse jogo continuar, a cada vez serão mais dez anos de prisão... eu tenho pelo menos 5 preventivas contra você, o trabalho do juiz De Sanctis é extraordinário, não há como escapar de novos mandados...e se você insistir agora será com a família toda...serão duzentos anos de prisão...

Silêncio, Protógenes Queiroz fecha o cerco:

- ...vamos fazer um acordo, você me ajuda e eu te ajudo....

Daniel, aquele que é tido e havido como uma mente brilhante, decide. O tempo dirá se cálculo ou rendição:

- Eu vou contar tudo!

E faz jorrar, devastador:

-...vou contar tudo sobre todos. Como paguei um milhão e meio para não ser preso pela Polícia Federal em 2004...

- Um milhão e meio? À época da operação Chacal, o caso Kroll...?

Prossegue a torrente de Daniel:

- ...tudo sobre minhas relações com a política, com os partidos, com os políticos, com os candidatos, com o Congresso... tudo sobre minhas relações com a Justiça, sobre como corrompi juízes, desembargadores, sobre quem foi comprado na imprensa...

O delegado, avança:

- Vamos fazer um acordo, mas é ponto de honra você não mentir. Não abro mão dessa investigação e seus resultados, mas muito mais fundamental é contar tudo sobre a corrupção no Brasil...quero saber a quem você pagou propina no Judiciário, no Congresso, na imprensa...

Em meio à torrente, em algum momento o advogado Nélio Machado pondera:

- ...você vai estar mais seguro na cadeia do que fora, fora você correrá risco de ser morto!

Daniel Dantas, o obcecado por tudo que toca e foca, a mente brilhante, aquele que mesmo os inimigos dizem ser um gênio, despeja:

- Eu vou detonar tudo!

Tarde da sexta-feira 11 de Julho. Daniel Dantas está na Superintendência da Polícia Federal, São Paulo, onde será ouvido formalmente pelo delegado Protógenes Queiróz a partir das 15h30.

O advogado Nélio Machado informa ao reportariado que vai orientar seu cliente para nada dizer.

O tempo, pouco tempo, dirá se tudo não passou de exaustão, desabafo.

Se tudo foi só cálculo, ou, um mergulho definitivo, purificador, nos intestinos do Brasil.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

A mentira colombiana

Não houve resgate!

por Narciso Isa Conde

O regime de Uribe é perito em iniciativas espetaculares e shows mediáticos. E para isso conta com a ajuda nada desprezível dos poderosos meios de comunicação dos EUA e da oligarquia capitalista mundial. Dia 1º de Julho deste ano, o jornal El País, da Espanha, informava que:

"Bogotá autorizou a reunião dos negociadores europeus a fim de discutirem o futuro dos seqüestrados com as FARC, segundo informaram os meios colombianos. O antigo cônsul francês em Bogotá, Noél Sáez, e o diplomata suíço Jean-Pierre Gontard partiram no princípio do passado fim de semana rumo a um ponto de encontro nas montanhas que o governo não informou e poderiam ter-se reunido já com membros do secretariado da guerrilha e inclusive com o novo líder das FARC".

Por sua vez, a Agência Popular de Notícias, da Venezuela, a 2 de Julho, esclareceu o seguinte:

"Enquanto as FARC, em coordenação com emissários dos governos da França e da Suíça, efetuavam a transferência dos 15 retidos em dois helicópteros, funcionários do Exército colombiano já haviam detectado e ocupado as aeronaves previamente".

"Ainda que o governo da Colômbia tenha anunciado a operação como um resgate militar por parte do Exército colombiano, segundo a televisão francesa a libertação de Ingrid Betancourt, junto com 10 militares colombianos, um policial e os três mercenários estado-unidenses, teria sido resultado do desvio do helicóptero onde as FARC transferiam os 15 retidos para um ponto onde, supostamente, seriam entregues a Alfonso Cano, o qual estava a negociar com uma delegação francesa e suíça a libertação".

Está claro: as FARC acederam em libertar esses retidos para serem entregues à referida delegação franco-suíça, que atuou em nome dos países europeus "Amigos da Colômbia", os quais antes já haviam intervindo em favor da troca humanitária de prisioneiros.

Recordamos que, pouco antes de ser bombardeado o acampamento do comandante Raúl Reyes, este tratava de buscar a maneira de libertar Ingrid Betancourt e, para esse fim, teve contatos diretos com o governo do Equador e da França.

Então, Uribe e seus chefes militares, com a cumplicidade e a tecnologia do Pentágono e a ajuda de dois generais equatorianos vinculados à CIA, planejaram e executaram a "operação cirúrgica" que exterminou o acampamento do comandante Reyes. Assim, violentando a soberania territorial do Equador e provocando um massacre, impediu-se então a libertação de Ingrid Betancourt.

Já anteriormente, no início deste milênio, imediatamente depois da captura pelas FARC desta ex-candidata presidencial colombiana, o autor deste artigo participou em gestões para a sua liberdade e também então o senhor Álvaro Uribe interpôs uma operação militar para bloquear esse passo, quando estava a ponto de concretizar-se.

Roubo da iniciativa às FARC

Agora as circunstâncias são diferentes e Uribe e seu regime narcoparaterrorista decidiram atuar de outra maneira.

Como não podiam recusar o pedido do diplomata francês Noel Sáez e do suíço Jean Pierre Gontard, aceitaram suas gestões e autorizaram seus esforços para entrar em contato com o Secretariado das FARC e inclusive informaram, nacional e internacionalmente, a partir do palácio presidencial.

As FARC aceitaram de boa vontade a proposta franco-suíça e dispuseram-se a trabalhar nessa direção. Esses quinze reféns estavam distribuídos em três pontos diferentes e distantes; por essa razão, resolveu-se juntá-los num ponto comum da selva colombiana.

Montou-se previamente uma operação civil, em helicópteros civis, para efetuar as transferências e organizar a cerimônia de entrega dos prisioneiros, na qual aparentemente participaria a direção das FARC e a delegação estrangeira.

Tudo estava acordado e os helicópteros civis avançaram nas direções previstas, só que nem as FARC nem os representantes da França e da Suíça contaram com a astúcia inescrupulosa de Uribe, apesar de ser bem conhecida e comprovada. Talvez tenham pensado – e mal – que Uribe não se atreveria a tanto.

Mas nem Uribe, nem a CIA, nem o Pentágono, iam permitir que as FARC registrassem esse tento; menos ainda se era relativamente fácil impedi-lo, voltando nesse ponto o jogo a seu favor.

Bons trapaceiros, magníficos jogadores, peritos no roubo... arquitetaram "intervir" nos vôos dos helicópteros civis, antes de chegarem ao ponto onde se encontravam os prisioneiros.

Tomaram militarmente as duas aeronaves, disfarçaram de civis os militares e procederam para enganar os encarregados de reuni-los no seu plano humanitário.

Jogada relativamente fácil, que evidentemente não necessitou de qualquer trabalho de infiltração prévia nos grupos de custódia, por mais que os uribistas insistam na tentativa de converter essa mentira em verdade, para apresentar as FARC em suposta e falsa debandada.

Foi preciso simplesmente conhecer os helicópteros contratados em Bogotá pelos negociadores estrangeiros, precisar suas localizações e possíveis trajetórias.

A finalidade não podia ser derrubá-los, nem tão pouco realizar outra ação de extermínio como aquela realizada contra Raúl Reyes na fronteira com o Equador.

Depois de aceitar a gestão européia e de propaganda, Uribe e seus colaboradores não podiam atuar dessa maneira criminosa sem pagar um enorme custo político. A meta fundamental era impedir que as FARC concretizassem o gesto que ele próprio aprovara: impedir a entrega formal dos retidos aos intermediários europeus e capturá-los de surpresa, para roubar a cena.

Esses tipos não são só ladrões de pesos, dólares e propriedades.

Roubam também iniciativas e contam com um poderoso coro mediático que propaga a sua manobra como uma grande façanha.

Não houve resgate militar de prisioneiros, porque os retidos estavam a ponto de serem entregues no decorrer de uma operação civil e ninguém das FARC tinha ordens para resistir e por em risco a vida dessas pessoas.

Houve assalto militar de dois helicópteros pilotados por civis desarmados, para então atribuir-se a vitória pela libertação daqueles que de qualquer forma – e sem o risco do choque que implicava essa operação surpresa – iam ser libertados.

Uribe e o alto comando militar colombiano interceptaram o processo e desviaram-no a seu favor. Tudo – repito – para roubar a iniciativa às FARC e "ganhar" o show.

Nada a felicitar na conduta de Uribe

Isso não merece felicitação alguma, nem a Uribe nem aos seus, a partir de uma posição francamente revolucionária ou simplesmente progressista e honesta.

Tão pouco demonstra a caducidade da luta armada como proclamam outros que provavelmente a ela terão que recorrer se as coisas continuarem como vão, se a "mãe de todas as crises" continuar impondo seu poderio agressivo, se a IV Frota da Armada dos EUA continuar no seu curso agitado, se a base de Manta for transferida para a Guajira colombiana (próximo à fronteira com a Venezuela), se o separatismo fabricado pelo imperialismo persistir em fraturar a Bolívia (primeiro) e o Equador e a Venezuela (depois), e se nossos povos se virem obrigados a desembainhar a espada de Bolívar.

Aqueles que elogiam Uribe e conciliam com ele, a partir de processos diferentes e contrapostos ao modelo que ele representa, aqueles que o consideram seu irmão e os que mantêm silêncio frente aos planos tenebrosos desse senhor e dos seus poderosos padrinhos do Norte, na verdade afiam a faca dos outros, para as suas próprias gargantas: estão a dar oxigênio a uma espécie de sub-imperialismo perverso, instrumento dos falcões de Washington.

Uribe é um criminoso, não porque há poucos dias e corretamente o tenha dito o comandante Daniel Ortega, e sim porque realmente mata a granel, dentro e fora das suas fronteiras.

Conta com muitos facínoras e com um tutor feroz e voraz, com sede na Casa Branca.

Não é casual o amor que lhe têm Bush e McCain.

A quem não fica bem elogiá-lo é ao comandante Chávez, menos ainda depois de o líder da revolução bolivariana lhe ter dito tantas verdades merecidas: mentiroso, genocida, peão do imperialismo...

Por isso, quando leio essas desnecessárias felicitações e observo da sua parte um inesperado espírito de cooperação com Uribe, resultado no meu entender da razão de Estado, da diplomacia mal compreendida e de manobras tácticas inconsistentes, fico com o coração despedaçado.

Não, Comandante, lhe queremos muitíssimo. Valorizamos muito o processo antiimperialista e pró-socialista que o senhor impulsiona na Venezuela e na nossa América. Mas assim, não!

Na verdade, não quero pensar que a Venezuela esteja a começar a fazer marcha atrás e sim que simplesmente incorreu num mau cálculo e num erro superável. Essa é a minha esperança atual. 04/Julho/2008


O original encontra-se em www.abpnoticias.com/index.php?option=com_content&task=view&id=410&Itemid=92

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .


INGRID BETANCOURT

Laerte Braga

A libertação da ex-senadora Ingrid Betancourt foi o resultado da negociação de países da Comunidade Européia, e em particular a França, com as FARCs-EP. As declarações do presidente da Venezuela Hugo Chávez feitas há cerca de vinte dias convocando as FARCs-EP a soltar os reféns foram parte do roteiro de conversações entre a guerrilha, os negociadores europeus, o governo da França e o governo da Colômbia.

No acordo fechado ficou acertado que Ingrid e os demais reféns seriam levados a um determinado ponto da selva colombiana e ali entregues a representantes dos negociadores. O narcotraficante Álvaro Uribe deu seu aval ao entendimento.

A guerrilha, vivendo um momento difícil de profundas mudanças internas, cumpriu sua parte. Levou Ingrid e os reféns ao local previamente acertado.

Ao contrário, Uribe não cumpriu sua palavra. Com auxílio de informações dos satélites militares dos EUA, localizou a área, enviou tropas e um helicóptero e fez com que se passassem pelos negociadores.

A guerrilha não recuou e libertou Ingrid e os demais reféns. Tem um perfil que Uribe o governo dos EUA não tem.

Uribe deu declarações à imprensa do seu país e do exterior afirmando que uma operação de resgate das forças armadas do narcotráfico colombiano resgatou a ex-senadora e os companheiros de prisão (eram prisioneiros de guerra).

Libertar a ex-senadora sem condições prévias foi uma decisão do comando das FARCs e um gesto humanitário. Proceder como procedeu Álvaro Uribe foi uma ação, mais uma, traiçoeira de uma quadrilha que comanda o país, Colômbia, base para as maiores operações de tráfico de drogas do mundo e enclave norte-americano na América do Sul.

O presidente da Colômbia enfrenta séria oposição dentro de seu país. A Suprema Corte de Justiça rejeitou a manobra que possibilitaria a ele um terceiro mandato, seu real objetivo.

Centenas de milhares de colombianos estão nas ruas num grande protesto contra o governo Uribe, contra o narcotráfico no poder, contra a violência e a barbárie do regime que tem se caracterizado pelo assassinato em massa de opositores na guerrilha ou na chamada sociedade civil.

É evidente que a guerrilha vive um momento difícil, com a morte de seus três mais importantes comandantes; busca reestruturar-se e adequar-se a um contexto que é parte do processo da luta popular e, certamente, desfavorável.

O inimigo é o narcotráfico, tem o governo do país e o apoio ostensivo do governo Bush.

Não há o que discutir sobre a libertação em si de Ingrid e dos companheiros de prisão militar. Nem que a prisão de Ingrid, há seis anos atrás, foi conseqüência de um gesto político calculado da ex-senadora de ingressar em território controlado pela guerrilha.

O festival de mentiras da GLOBO e das principais redes de tevê, dos grandes jornais, das revistas, supera de longe todo e qualquer resquício de escrúpulo que possa existir nessas empresas, braços dos proprietários do País e agentes do capital internacional (o nacional não existe, é também braço do internacional).

Em toda a transmissão do jogo decisivo da Taça Libertadores da América, o locutor que narrava a partida fazia chamadas para "o jornal da noite que vai trazer detalhes da libertação da ex-senadora Ingrid Betancourt, das mãos dos guerrilheiros narcotraficantes".

Faz parte do processo de dominação e formação de zumbis em sociedades onde o avanço desses novos senhores, novos donatários de capitanias hereditárias, faz com que elites e mídia se prestem a qualquer papel.

Um detalhe de suma importância. Em janeiro deste ano a mídia noticiou que Ingrid estava à beira da morte. Hoje cedo já se apresentou de público com declarações políticas, sem nenhum sinal de debilidade que não o cansaço natural de seis anos numa prisão.

Existem milhares de colombianos presos por discordarem do governo do narcotráfico.

A luta popular, que inclui a luta das FARCs, não tem como objetivo prender e manter pessoas presas. Esse tipo de fato dentro de uma guerra civil, que acontece na Colômbia, faz parte do processo.

O objetivo é maior. Transformar países como a Colômbia em nações livres, soberanas, capazes de terem seus destinos regidos pela vontade de seus povos e promover a integração de irmãos.

OS DENTES DE INGRID BITTENCOURT

O senador Heráclito Fortes atribuiu o estado exemplar dos dentes da ex-senadora Ingrid Betancourt à sua fé em Deus. Fé não se discute, é uma questão de foro íntimo. Ingrid Betancourt disse a jornalistas em entrevista coletiva que passou os três primeiros anos do seqüestro acorrentada vinte e quatro horas por dia.

Os dentes de Ingrid Betancourt foram objeto de comentários em vários jornais do mundo e um destaque de Gilson Sampaio, lutador e companheiro de muitas jornadas.

A beleza da ex-senadora (a mãe foi miss Colômbia) me leva a crer que o "tratamento de cão", a que foi submetida enquanto prisioneira de guerra das FARCs-EP, vai ser adotado por todos os personal trainers do mundo como forma de levantar o que está caído. Ou o que não está nos conformes.

Ingrid Betancourt, seus dentes e sua forma física de quem foi "tratada como cão" corre o risco de virar modelo de academias de ginástica e beleza, licenciar uma rede mundial de academias com o seu nome e o adereço "seja um dog das FARC-EP e vire uma Ingrid".

Aí acredito, as FARCs-EP abandonam a luta armada, transformam a área que controlam na Colômbia em campos de beleza, a GLOBO compra com exclusividade os direitos de transmitir para o Brasil o método e as aulas de "fui tratada como um cão e veja como fiquei".

Breve em uma tela de sua cidade "a saga de Ingrid Betancourt, a mulher que foi tratada como um cão e virou modelo de beleza".

E um monte de outdoors. "Colgate, a companheira inseparável de Ingrid Betancourt nas selvas da Colômbia".

terça-feira, 8 de julho de 2008

A notícia do ano!

Prendeu-se o grande canalha brasileiro (das privatizações ao mensalão, o cara tava em todas).

Ainda há esperanças...

Para quem quer saber mais...

Acesse o blog do Paulo Henrique Amorim (www.paulohenriqueamorim.com.br)
Veja a matéria da Terra Magazine em http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI2995390-EI6578,00.html

OPERAÇÃO SATIAGRAHA

Daniel Dantas, Naji Nahas e Celso Pitta são presos, acusados de integrar organização criminosa

Polícia Federal prende Daniel Dantas, Naji Nahas, Celso Pitta e mais duas dezenas de pessoas, acusadas de integrar megaorganização criminosa. Os presos são acusados de formação de quadrilha, gestão fraudulenta, evasão de divisas, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e espionagem.

Redação - Carta Maior
Data: 08/07/2008

A notícia foi dada, em primeira mão, pelo jornalista Bob Fernandes, no início da manhã desta terça-feira, no site Terra Magazine: “PF prende Daniel Dantas, Naji Nahas, Celso Pitta e mais duas dezenas por integrarem uma “mega-organização criminosa”. Cerca de 300 agentes da Polícia Federal, comandados pelo delegado Protógenes Queiroz, iniciaram, às 6 horas da manhã desta terça-feira, a Operação Satiagraha. Ao todo, foram 24 mandados de prisão e 56 ordens de busca e apreensão, nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília.

Foram presos, além do banqueiro Daniel Dantas, dono do grupo Opportunity, sua irmã Verônica e seu ex-cunhado e dirigente do Opportunity, Carlos Rodenburg, o também diretor Arthur de Carvalho, o presidente do grupo, Dório Ferman, o especulador Naji Nahas e o ex-prefeito de São Paulo, Celso Pitta.

Daniel Dantas foi preso, assinalou Bob Fernandes, quase três meses depois de fechar um dos maiores negócios do mercado de telecomunicações brasileiro: a venda de suas participações da Brasil Telecom e Telemar (OI) por uma soma em torno de 1 bilhão de dólares. O banqueiro conseguiu um acordo com os fundos de pensão, pelo qual se livrou de todas as demandas judiciais contra ele.

Segundo a Polícia Federal, os presos hoje são acusados da prática dos seguintes crimes: formação de quadrilha, gestão fraudulenta, evasão de divisas, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e espionagem. Daniel Dantas foi preso, também, por tentativa de corrupção contra um delegado, de nome Vitor Hugo. Segundo o jornalista, algo como cerca de 1,9 bilhões de dólares foram rastreados na investigação. “Trata-se do mais profundo mergulho nos intestinos do Brasil”, garante Bob Fernandes.

As prisões, que também incluem doleiros ligados a Daniel Dantas, são resultado de um trabalho de investigação de aproximadamente dois anos da Polícia Federal, que teria partido do processo envolvendo o esquema do empresário Marcos Valério (no caso “mensalão”), a partir do qual, a PF “saltou para dentro do Opportunity”, diz Bob Fernandes.

O resultado da investigação seria a descoberta de uma organização criminosa comandando por dois grupos distintos e com dois chefes, Daniel Dantas e Naji Nahas. Ainda segundo o jornalista, a Operação Satiagraha é filha da Operação Chacal que, em 2004, investigou e indiciou Dantas e os seus por espionagem, flagrando também a empresa multinacional de investigações Kroll.

Em nota oficial, a Polícia Federal explicou os motivos e os detalhes da Operação Satiagraha:

“A Polícia Federal desencadeou na manhã de hoje, 8, a Operação Satiagraha para desmontar um esquema de desvio de verbas públicas, corrupção e lavagem de dinheiro. Cerca de 300 policiais cumprem 24 mandados de prisão e 56 de busca e apreensão nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Salvador. Os mandados foram expedidos pela 2ª Vara Criminal Federal de São Paulo.

As investigações iniciaram há quatro anos, como desdobramento do caso "Mensalão". A partir de documentos enviados pelo Supremo Tribunal Federal para a Procuradoria da República no Estado de São Paulo, foi aberto um processo na 2ª Vara Criminal Federal. Na apuração foram identificadas pessoas e empresas beneficiadas no esquema montado pelo empresário Marcos Valério para intermediar e desviar recursos públicos.

Baseadas nas informações e em documentos colhidos em outras investigações da Polícia Federal, os policiais apuraram a existência de uma grande organização criminosa, comandada por um banqueiro, envolvida com a prática de diversos crimes. Para a prática dos delitos, principalmente desvio de verbas públicas, o grupo possuía várias empresas de fachada.

Com o andamento da apuração, foi descoberta a existência de um segundo grupo formado por empresários e doleiros que atuavam no mercado financeiro como forma de "lavar" o dinheiro obtido em negócios escusos. Além de fraudes no mercado de capitais, baseadas principalmente no recebimento de informações privilegiadas, a organização atuava no mercado paralelo de moedas estrangeiras.

O trabalho mostrou que as duas organizações criminosas atuavam de forma interligada, com vários níveis de poder e decisão. Os presos na operação deverão ser indiciados pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, sonegação fiscal e formação de quadrilha. Eles devem permanecer na carceragem da Superintendência Regional da PF em São Paulo onde ficam a disposição da Justiça. O nome da operação Satiagraha significa resistência pacífica e silenciosa”.