sexta-feira, 18 de julho de 2008

Enquanto isso no mundo real... (ou o que acontece fora das peculiaridades da terras brasilis)

Em tempos de Daniel Dantas no Brasil, acabamos esquecendo do que ocorre mundo afora... Recomendo a leitura do artigo abaixo, é curtinho...

www1.folha.uol.com.br/fsp/dinheiro/fi1807200807.htm
LUIZ CARLOS MENDONÇA DE BARROS

De volta a 1929

O dinheiro público tem que ser mobilizado para evitar o pior; a ação fiscal para lidar com a crise de hipotecas já vem tarde

TENHO ACOMPANHADO de perto a crise bancária norte-americana e as discussões sobre o acerto ou não das ações tomadas até agora pelas autoridades responsáveis. As atenções estiveram centradas no Fed, principalmente depois do recente resgate do banco de investimentos Bear Stearns. O segmento ultraliberal dos formadores de opinião não poupou adjetivos para condenar essa operação. Mesmo entre membros do governo Bush, foram muitas as críticas azedas contra essa aplicação do dinheiro público. Um jornalista importante do "Financial Times" chegou a decretar o fim do liberalismo e, em seguida, quase tomou uma forte dose de cicuta.
Nesta última semana, mais um evento obrigou o governo americano a propor o resgate bilionário de duas instituições semipúblicas -Fannie Mae e Freddie Mac- e que estavam sendo vítimas de especulações violentas no mercado acionário de Wall Street. Duas novidades devem ser mencionadas nesse novo caso: a primeira é que a proposta veio agora da própria Casa Branca; a segunda é que as cifras envolvidas estão na casa dos trilhões de dólares, e não mais na dos bilhões, como na crise do Bear Stearns.
Esse movimento do executivo foi importante na medida em que tirou do isolamento o presidente do Fed, responsável direto e quase solitário pela decisão de resgate daquele banco. O secretário do Tesouro havia dado declarações ambíguas sobre o comportamento de Ben Bernanke.
Agora, pressionado pelo tamanho das duas instituições federais de refinanciamento de hipotecas, ele foi obrigado a assumir a proposta de injeção de dinheiro público para salvá-las de um colapso iminente.
Essa medida também foi recebida com violentas críticas pelos mesmos defensores extremados do liberalismo, inclusive vários senadores da linha dura do Partido Republicano.
Para esses, o único caminho possível para punir os irresponsáveis seria o da perda total dos recursos investidos. Mesmo que para isso fosse necessário arrastar o mundo todo para a depressão econômica. Esquecem esses senadores, entretanto, que, entre os investidores nos papéis emitidos por essas empresas, estão países como a China e os grandes produtores de petróleo do Oriente Médio. As estatísticas oficiais mostram que mais de US$ 1,2 trilhão das reservas externas desses países está investido em títulos das chamadas agências federais, como a Fannie Mae e a Freddie Mac. O que aconteceria aos norte-americanos, inclusive aqueles que esses políticos ultraliberais pretendem defender, se houvesse a falência dessas empresas e uma fuga do dólar como moeda de reserva?
Mais uma vez voltamos a discutir temas que sinceramente pensava terem sido esclarecidos pelas quebras de instituições financeiras em 1929/ 1933. Mas a semente do liberalismo religioso ainda está bem presente entre nós. Mas não adianta espernear quando uma crise bancária atinge dimensão sistêmica; o chamado dinheiro público tem que ser mobilizado para evitar o pior. Nesses momentos, quanto mais cedo os governos se moverem, menores serão os custos. A ação fiscal para lidar com a crise no mercado de hipotecas já vem tarde. Deveria ter sido tomada há alguns meses, substituindo a devolução de impostos que estamos vendo agora.
Incrível a falta que um entendimento correto do pensamento keynesiano faz nesses momentos.
LUIZ CARLOS MENDONÇA DE BARROS, 64, engenheiro e economista, é economista-chefe da Quest Investimentos. Foi presidente do BNDES e ministro das Comunicações (governo FHC).

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Bolsa banqueiro, Dantas e algo para descontrair...

Recente estudo do IPEA tratou de dizer que a distribuição de renda no Brasil melhorou.

O caso Daniel Dantas ajuda a entender como isto ocorre em tempos de Bolsa Banqueiro...
Simples boa parte dos beneficiários deste fabuloso programa de concentração de renda, não declaram seus rendimentos, com redimentos não declarados, obviamente não se percebe o enriquecimento dos mais ricos na distribuição de renda.

Obviamente trata-se de uma simplificação, mas todos os recursos do Bolsa Banqueiro que não vão direto para mãos estrangeiras, transferindo parte do nosso din-din para o capital internacional, acabaram em contas especiais dos sonegadores brasileiros como as agora descobertas pela PF.

Aliás, sobre a Operação Satiagraha, continuem acompanhando pelo Terra Magazine (http://terramagazine.terra.com.br/index.html), cada capítulo mais incrível que o outro. É a minha novela!

Por fim, para descontrair, uma montagem sensacional do sítio Kibe Loco (http://www.kibeloco.com.br/)

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Fora Gilmar "Dantas"!!!

Reproduzo abaixo mensagem que recebi por correio eletrônico:

Já está no ar a petição, pedindo o impedimento do Min. Gilmar Mendes. É o mínimo que se pode fazer, em tempos nos quais 6 dúzia de gatos pingados vai para a rua se manifestar.

Não leva 1 min entre preencher 3 dados, enviar e confirmar:
http://www.petitiononline.com/mod_perl/signed.cgi?w267x65

Ainda que não chegue a 1 milhão de assinaturas para poder ter validade, enquanto ação civil pública, poderá encher o saco do STF.

Para entender o problema, o Judiciário se divide em 3 intâncias. Só chega no STF, quando se passa pelas demais. É aquilo que a gente conhece por recursos. A gravidade do habeas corpus não é apenas porque soltaram o picareta do Daniel Dantas, é que a própria hierarquia foi atropleada escandalosamente de forma inédita no país. (http://nev.incubadora.fapesp.br/portal/segurancajustica/judiciario)